As três equipas do Hemisfério Sul ganharam os seus primeiros jogos das digressões do Outono. A Irlanda foi a que ficou mais próximo de poder ganhar mas o atraso na entrada de O’Gara e Stringer – só entraram depois dos 65’ – não lhe possibilitou mais do que a demonstração de um deslumbrante fighting spirit capaz de transformar a trivialidade em momentos de superior emoção e uma aproximação amarga ao resultado (21-23). Mas perderam uma óptima oportunidade de ganhar aos campeões do Mundo… deixando a ideia de uma enorme dificuldade para encontrar jovens valores capazes de substituir os grandes nomes (substituir os notáveis O’Driscoll e D’Arcy, a quem a idade começa a retirar velocidade, irá constituir um bico-de-obra para a competitividade internacional do rugby irlandês).
Naturalmente e sem fazer jogo extraordinário a Austrália venceu (25-19) o País de Gales num 3-1 de ensaios e com os meninos James O’Connor (20 anos), Kurtley Beale (21) e Quade Cooper (22) a mostrarem as suas qualidades.
A vitória da Nova Zelândia contra a Inglaterra (26-16) foi menos expressiva do que o esperado mas mostrou uma regra essencial do jogo de XV: a formação-ordenada é decisiva e pode até, se eficaz enquanto meio colectivo, disfarçar pontos fracos noutras áreas – a Inglaterra, com dois centros abaixo da qualidade mínima necessária e incapazes de dar andamento ao que recebiam (será a este tipo de jogadores que McGeechan chama os gym monckeys?!), sobreviveu graças ao maior valor da sua formação-ordenada. Como curiosidade refira-se que a primeira formação-ordenada do jogo só surgiu aos 18’.
Nos três jogos, duas características a reter: o recurso a alinhamentos rápidos e o esforço que os jogadores de qualquer das equipas, incluindo defensores, fazem para se manterem em pé – para não irem ao chão.
E se o primeiro é uma questão de oportunidade, do segundo aspecto deve referir-se que, se continua a ser verdade que placar o portador da bola permite a reorganização da defesa e neste sentido corresponde a uma vitória dos defensores, também é verdade que, com as actuais indicações da arbitragem, garante – se o placado for jogador minimamente capaz… – a continuidade da posse da bola para a equipa do portador. O que coloca a cada momento um novo problema à defesa: reorganizar ou recuperar? Trata-se portanto de um novo momento de tomada de decisão: em que situações - quando? - devemos derrubar – isto é, placar – ou agarrar o portador da bola, mantendo-o de pé? E o que pode acontecer à organização defensiva? E ao apoio do portador? Qual é a oportunidade de uma ou outra acção?
O treino deve responder a esta nova questão enquadrá-la na cultura táctica de cada jogador.
Previsões e Resultados
Jogos | Previsão | Resultado real | ||
Vencedor | Diferença pts | Vencedor | diferença | |
Inglaterra-Nova Zelândia | Nova Zelândia | entre 12 a 16 | Nova Zelândia | 10 pts |
Gales-Austrália | Austrália | entre 9 a 15 | Austrália | 9 pts |
Irlanda-África do Sul | Irlanda | entre 1 a 6 | África do Sul | 2 pts |