quarta-feira, 13 de setembro de 2023

COMEÇOU A FESTA


A França, embora sem que o jogo fosse muito interessante, embandeirou em arco com a vitória do seu quinze que impôs, em fases de grupo, a primeira derrota aos AllBlacks. Iniciou-se assim a grande festa que se pretende que seja este Mundial. Mas… levando a ideia longe de mais com pós escusados de criatividade, os franceses, ignorando e desrespeitando os momentos únicos que representam para os jogadores internacionais o cantar do seu hino, resolveram inventar e torná-los irreconhecíveis. Uma tristeza!


E esqueceram-se também das lições que já receberam das entradas de multidões nos seus estádios — filas que não andavam a tal ponto que houve milhares de espectadores que não chegaram a ver a expulsão do inglês Tom Curry aos 4 minutos do Inglaterra-Argentina. Felizmente não se pegaram…E os realizadores televisivos esqueceram-se também de mostrar repetições dos lances capazes para além não repararem em erros do marcador. a esperança é que os jogadores não tenham preocupações marketinguditas e nos presenteiem com as suas melhores qualidades rugbisticas e que, verdadeiramente, haja festa até ao fim.


Os jogos tiveram, neste primeiro fim‑de‑semana mundialista, os resultados finais esperados — a vitória, se exceptuarmos a da França, dos mais fortes ao longo dos anos. Alguns dos jogos até com resultados que mostram o desequilíbrio ainda existente entre as oito/dez melhores equipas e as restantes — sobre essa matéria os 82-8 da Irlanda sobre a Roménia ou os 52-8 da Itália sobre a Namíbia, são eloquentes.


O jogo Blues-AllBlacks jogado sob uma terrível temperatura de mais de 30ºC que provocou enorme desgaste nos jogadores, teve dois excelentes ensaios, um para cada equipa, e com o modelo de jogo francês a determinar a sua vitória — 61% de domínio territorial graças ao seu já habitual desapossamento mas onde a incapacidade neozelandesa, com quase o dobro de ultrapassagens da linha-de-vantagem, foi notória. Serve-lhes, para manter a esperança, o facto de o Mundial não se ganhar em Setembro, mas apenas em Outubro — não deixo de recordar o último ensaio francês em que o desgaste de Richie Mo’unga era tal que nem conseguiu saltar para captar a bola, deixando-a ao alcance de Jaminet.


No Austrália-Geórgia equipas adversárias de Portugal no Grupo C nada se deixou antever que não soubessemos já. No entanto faça-se notar que a Geórgia fez 158 placagens com uma percentagem de sucessi de 87%


Com o recurso ao bunker, o Inglaterra-Argentina viu os ingleses a ficarem em inferioridade numérica desde os 4 minutos por cartão vermelho — expulsão — ao asa Tom Curry. E a partir daí viu-se um tratado de competência táctica individual — o que diz bem da sua formação — dos jogadores ingleses. Com menos um jogador durante 66 minutos, tiveram também menor domínio territorial e menor posse da bola, mas ganharam! Fazendo 151 placagens  das quais 51 (é obra!) do seu cinco-da-frente! E George Ford, o seu médio-de-abertura, foi o herói do dia com 3 pontapés de ressalto e 6 penalidades conseguidas, marcando o total dos 27 pontos da sua equipa. Como seria de esperar a Argentina não resistiu à pressão e sofreu 13 penalidades para além de ter visto esbater-se a qualidade da bajadita da sua formação-ordenada, arma que imporia no jogo mas que, na realidade e das 13 realizadas, apenas ganhou quatro…


Com um África do Sul-Escócia de enorme importância para o apuramento neste “grupo da morte”, mas sem grande interesse enquanto jogo jogado, chegámos ao último jogo e do grupo dos Lobos, o País de Gales - Fiji que foi o melhor de todos eles. Um espectáculo! Com oito ensaios — quatro para cada lado —, uma enorme intensidade mas também uma enorme determinação defensiva galesa — 253 placagens!!! — o jogo não deixa grande sossego para a equipa portuguesa. — Fiji transportou a bola 655 metros e ultrapassou 89 vezes a linha-de-vantagem e conseguiu — proeza notável — 2 pontos de bónus; Gales com 39% de posse de bola, marcou 4 ensaios… Note-se que Gales conseguiu, com o talonador Gareth Thomas, o segunda-linha Will Rowlnds, e o asa e capitão Jac Morgan, o número impressionante de 70 placagens. E Fiji, com Viliame Nata e Ilaisa Droasese, 25 corridas. Para os Lobos vai ser um duro e difícil desafio demonstrar que existe qualidade no rugby português.




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