sexta-feira, 22 de setembro de 2023

INCERTA MAS POSSÍVEL


O jogo de Portugal da 3ª jornada do Mundial é do nosso campeonato não havendo, para além dos problemas que o jogo impõe, a diferença do embate com o superior Tiers 1. É um jogo entre equipas que estão próximas (13º e 16º lugares do ranking WR), que se conhecem há muitos anos e que estão classificativamente empatadas.


O que se pede então ao quinze de Os Lobos? O de sempre a quem inverga a camisola de Portugal: atitude, desportivismo, vontade do melhor resultado possível nunca desistindo de o conseguir. Podemos ganhar? Podemos. Mas não é uma obrigação.


Para já o algoritmo que uso para a previsão do resultado, estabelece uma vitória da Geórgia por 11 pontos de diferença. O que é natural dados os resultados que temos conseguido depois do retorno ao Rugby Europe Championship: 4 derrotas e 1 empate. 


Mas se vencer pode ser uma possibilidade, não é uma exigência. E não pode ser uma exigência porque os jogadores portugueses para garantir uma prestação que os e nos orgulhe terão de estar no máximo das suas capacidades físicas, técnicas e mentais durante os oitenta minutos. O que não é fácil, sendo a igualdade competitiva entre as duas equipas, passe a expressão, desigual. 


Porque mesmo estando habituados a este adversário, os portugueses enfrentarão enormes dificuldades por melhor que possam usar o seu jogo ao largo e que haja uma melhoria — haverá porque o nível é mais próximo dos nossos hábitos — na eficácia do apoio e que o ataque se inicie com os jogadores lançados e próximos da linha-de-vantagem para não dar espaço/tempo organizativo à defesa, 


Mas as dificuldades — é bom tê-lo presente e não ter expectativas que ultrapassem a realidade — serão muitas, começando logo no bloco de avançados onde o grupo georgiano tem um forte poder já muitas vezes testado e as formações-ordenadas serão a dificuldade acrescida. Pelo contrário, os alinhamentos e pelo que se viu contra Gales, poderão ser uma boa base de lançamento. Mas para o movimento e manobras pretendidos a boa utilização do jogo no chão com rapidez e organização será o factor-chave. 


Provavelmente e embora já se mostrem mais capazes de dar continuidade ao jogo de movimento, os georgianos voltarão à velha escola — que por acaso está a ser utilizada pelas 4 equipas favoritas — com formação-ordenada de grande pressão e desgaste a limitar as capacidades defensivas da 3ª-linha — e aqui espera-se que o árbitro controle o início do empurrão georgiano… — jogo-ao-pé alto sufocante e defesa muito rápida a não dar espaço de expressão ao potencial das linhas atrasadas portuguesas.


E se assim fôr, a maior experiência no nível elevado do jogo dos georgianos pode dar-lhes a vantagem definitiva. Porque na composição dos 33 membros da equipa existem, para além de 16 jogadores da franquia Black Lions vencedora da Super Cup europeia, 10 jogadores de 7 clubes do TOP 14, 1 do Exeter inglês e 6 a jogar em 4 clubes da PRO D2. E os representantes portugueses de 20 clubes, sendo 10 não nascidos em Portugal, têm, naturalmente e embora os últimos três meses tenham podido melhorá-la, um menor grau de coesão colectiva.


E estas diferenças — de experiência e de coesão — contam nos momentos decisivos e na eficácia ds acções que fazem a diferença no resultado.


No entanto e embora partindo de bases e condições distintas e inferiores, Os Lobos podem — desta vez sim! — surpreender e conseguir a vitória que premiará a atitude guerreira de defesa da camisola que orgulhosamente envergam. Sem vos exigir nada, estaremos presentes no apoio e aplauso que merecem. Bom jogo!


Arquivo do blogue

Quem sou

Seguidores