quinta-feira, 12 de novembro de 2009

IR PARA O CHÃO? NÃO OBRIGADO!

Qual é a primeira preocupação de um defensor em relação ao portador da bola que o desafia? Derrubá-lo!
Porquê? Porque assim, para além de lhe impedir o avanço, abre uma possibilidade de recuperação da bola para a sua equipa.

Portanto: levar o adversário ao chão é um interesse da defesa. Com consequentes vantagens. Assim, deixar-se ir para o chão é um presente oferecido à defesa.

Se é assim, porque é que o portador da bola se deixa ir para o chão sem necessidade, nada fazendo para o contrariar e não recorre às técnicas que o poderiam ajudar a manter a bola viva?

Hábitos da formação ou insuficiente cultura táctica?












Em resumo pode dizer-se:
  1. Ir para o chão na posse da bola é um erro que só favorece a defesa. É uma benesse aos deuses defensivos – permite a reorganização, pára o movimento, cria superioridade numérica - e deve ser um último recurso a utilizar para manter a posse da bola;

  2. A bola deve ser mantida em jogo de passes tanto quanto possível – a melhor forma de desorganizar uma defesa, variando ângulos de corrida e sentidos de passe - e para isso existe uma panóplia de gestos técnicos que permitem, em situação de contacto ou pré-contacto, entregar a bola a um companheiro com espaço: passe-em-carga (off-load); meia-volta contacto (ou o contrário mas já dependente da relação directa de forças); passe-ecrã (screen pass)
  3. A continuidade do movimento do jogo de passes depende da inteligência da leitura do jogo e da capacidade da equipa de construir e organizar o apoio, adaptando-o a cada situação específica – por isso o rugby é o mais colectivo dos jogos de equipa e tem no losango o seu ADN.

  4. A regra de ouro para as equipas com pretensões de jogar rugby expansivo, divertido e eficaz deve então escrever-se assim: manter a bola viva até ao limite do ensaio.

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