Num jogo de fraco nível, Agronomia-Direito, poucas foram as vezes que a Linha de Vantagem foi ultrapassada.
Um dos pouquíssimos momentos interessantes, ainda na primeira parte, foi protagonizado por Miguel Portela que, perfurando a defesa adversária conseguiu criar uma situação em que o ensaio parecia praticamente feito. Depois de ter ultrapassado a primeira cortina defensiva num belo zigue-zague, Portela, tendo um companheiro do lado de fora e muito próximo da linha lateral, teve que manobrar contra uma segunda cortina defensiva e em corrida lateral. No momento que entendeu por adequado, passou a bola e viu o companheiro ser blocado e depois placado por dois adversários. O ensaio foi-se. Porquê?
Portanto a solução eficaz da situação exigia que fosse colocado um problema aos defensores. Impunha-se fazê-los duvidar. Como?
O companheiro de equipa do Portela que se tinha, e bem!, mantido à distância e próximo da linha lateral para “abrir” a defesa deveria ter alterado o ângulo da sua linha de corrida e aproximar-se (IN) do portador da bola, obrigando os defensores em corrida lateral a abrandar pela necessidade de impedir a penetração interior. Recebida a bola e tendo abrandado a defesa, o receptor do passe – batendo o pé - sairia para fora (OUT) para explorar, em velocidade, o espaço então criado. Os defensores, tendo perdido velocidade, pouca possibilidade teriam de o apanhar e o ensaio estaria garantido.
REGRA PRÁTICA: Ataca-se a cortina defensiva lateral correndo na sua direcção. Com dois objectivos em simultâneo:
- Abrandar a corrida dos defensores pela dúvida que se lhes coloca;
- Arranjar espaço no exterior que possa ser explorado, pelo próprio ou por um companheiro, utilizando, se necessário, um cruzamento.
É o velho IN-OUT em funcionamento, domínio táctico de qualquer jogador evoluído.