quarta-feira, 18 de novembro de 2009

STUART DICKINSON, árbitro internacional

Tive oportunidade, juntamente com diversos árbitros portugueses, de assistir à sessão realizada com o árbitro australiano internacional, Stuart Dickinson. Vindo de arbitrar o Itália-Nova Zelândia e indo arbitrar o Portugal-Argentina A no próximo sábado, Dickinson veio falar-nos sobre a sua experiência de árbitro internacional, da aplicação das Leis do Jogo, da gestão do jogo – firm but fair - e da gestão dos jogadores – tratá-los como gostaria de ser tratado – da compreensão do jogo – o jogo trata da criação de tempo e espaço - do equilíbrio e consistência necessários – erros de julgamento mas não erros de leis - das vantagens de treinar nas sessões de treino dos clubes, da Lei da Vantagem – táctica ou territorial mas não, necessariamente, em simultâneo a que se junta a inteligência necessária para o seu limite temporal. Enfim, um manancial de conceitos, dicas e princípios, num diálogo muito interessante de seguir e com uma certeza: arbitrar um jogo de rugby não é fácil!

Estava curioso por conhecer a sua análise dos últimos dez minutos do Itália/All Blacks onde, pelas minhas notas e nas proximidades da área de ensaio neozelandesa, existiram:


E a pergunta – a mesma do capitão italiano Sérgio Parisse – foi: porque não marcou ensaio de penalidade favorável à Itália? A resposta foi directa: porque não os moveram!

A Itália rugbística inteira queria aquele ensaio, S. Siro queria aquele ensaio. Os jogadores também e bateram-se até ao limite do possível com a frustração final de se sentirem injustiçados. Mas tiveram sempre uma notável compostura - o desportivismo da aceitação, da boa-educação. O árbitro apitou de acordo com a informação que possuía naquele instante, não a das câmaras de televisão, não a do telespectador, não mesmo a de alguns espectadores. Tão pouco a das impressões dos jogadores. Decidiu, ponto!

O árbitro no rugby, como gosto de acentuar, tem sempre razão… mesmo quando erra! E nem sequer tenho a certeza que Stuart Dickinson tenha errado no seu julgamento. Mas sei que a Lei 10.3(b) foi cumprida.

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